Suzana Silva: Investimento Finaceiro



A contagem regressiva aponta dois anos para o jogo de abertura da Copa do Mundo. O Brasil foi confirmado como sede da Copa de 2014 em 30 de outubro de 2007.

A última estimativa de gastos, elaborada pelo Tribunal de Contas da União, para a realização da Copa é de R$ 27,140 bilhões. Para chegar a essa cifra, o TCU considera financiamentos oferecidos por bancos federais, investimentos feitos por agentes privados, pelas estatais e pelas esferas de governo estaduais e municipais.
A mobilidade urbana é responsável pela fatia maior desse total: R$ 12,004 bilhões. Os aeroportos deverão consumir R$ 7,4 bilhões. Os 12 estádios da Copa custarão R$ 6,778 bilhões. Segundo balanço divulgado pelo Ministério das Cidades, apenas sete das 22 obras de mobilidade urbana ficarão prontas a tempo de serem utilizadas na Copa das Confederações. O Ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, afirmou que podem ser retiradas da Matriz de Responsabilidades obras que não tiverem projetos ou não tiverem sido contratadas até outubro.

Outro balanço, preparado pelo Governo Federal e divulgado,  diz que a essa  altura, 41% das obras relacionadas com o evento não nem  sequer foram  iniciadas. E apenas 5% estarão concluídas. Apesar dos atrasos, o governo afirma que o ritmo de execução vai lhe permitir entregar 83% dos empreendimentos em 2013 e o restante até o mês de junho de 2014, quando começa a Copa. O andamento paquidérmico dos trabalhos causou profundos abalos na relação entre FIFA e Governo Federal. No começo do mês de março  no ápice da crise, o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, chegou a dizer que o Brasil merecia “um chute no traseiro” devido aos atrasos.

 O Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, chegou a declarar que o governo não mais receberia Valcke, mas o episódio foi contornado. Mesmo com grande atraso, o Governo Federal tratou de agir. Dois meses depois do episódio do “chute no traseiro”, ele passou a fazer parte do Comitê Organizador Local. Foi a segunda vez na história das Copas que o governo entrou no COL. A primeira foi na edição anterior, da África do Sul. Nos cofres do Comitê Organizador Local já há uma previsão de entrada de R$ 1,38 bilhão referentes às despesas da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O montante administrado em parceria com a FIFA deverá ser usado, entre outras finalidades, para a gestão da competição, workshops, acomodações, produção de TV e pagamento de prêmios aos jogadores.

A quitação de parte dessas despesas será uma das obrigações do comitê que também terá a prerrogativa de tentar negociar os custos e baixá-los, fato que contribuiria ainda mais para a saúde financeira da Copa e a consequente obtenção de lucros.
Outro tema que movimentará muitos recursos, com participação ativa da empresa formada por Teixeira e a CBF é a venda de patrocínios. Para 2014, a FIFA espera chegar à cifra total de US$ 1,6 bilhão (R$ 2,72 bilhões), valor 30% superior ao obtido na Copa da África do Sul, em 2010.A organização da Copa 2014 já anunciou um patrocinador nacional: o banco Itaú, que assinou o compromisso em abril de 2010, em cerimônia no Rio. Os valores do contrato não foram divulgados, mas estima-se algo em torno de US$ 60 milhões (R$ 100 milhões) por cota Da mesma forma que calculou os gastos com a Copa 2014, a FIFA fez uma previsão de quanto obterá de receitas no mesmo período: US$ 3,8 bilhões (R$ 6,4 bilhões).Do total é que destinará os recursos para a organização do mundial brasileiro. E o restante será utilizado para os seus outros projetos. Isso porque o lucro da FIFA não depende da receita de bilheteria dos jogos. Mas ele vem, basicamente, da comercialização dos direitos de TV no mundo inteiro e da venda de patrocínios, independentemente do lugar onde ocorrerá a Copa.
Isso sem contar a venda das chamadas áreas de hospitalidade, que também estão garantidas. E essa tendência de crescimento de receitas, aliada às cotas de TV e patrocínio comercializado são razões suficientes para sustentar que a possibilidade de a Copa do Mundo no Brasil não dar lucros é muito pequena.
A Fifa já estimou seu lucro líquido no período 2011 a 2014 em US$ 200 milhões (R$ 340 milhões) mas isso é uma perspectiva. Nada impede que os ganhos sejam maiores. Depende das negociações ainda em andamento.
Dos doze estádios para o Mundial, três estão apresentam um diferença acima de 30% entre o estágio da obra e o prazo já utilizado na construção. O Recife está nesta lista.
A tabela acima faz parte do relatório do deputado Romário sobre a Copa de 2014, através de dados da Controladoria Geral da União e do Ministério do Esporte
 Relatório sobre a construção dos estádios da Copa do Mundo de 2014





















 Legenda:
1) Prazo da obra (em dias) = Previsão de Conclusão – Início Efetivo (mês comercial).
2) Dias de obra = Data atual (abr/2012) – Início Efetivo (considerando mês comercial); entre parênteses porcentagem de dias de obras até o momento.
3) Diferença (em %) = Estágio de obras – Prazo de obras
4) Data de conclusão efetiva futura é a que consta do contrato assinado.
Observação: em verde, os estádios em que a diferença entre o estágio da obra e o prazo já cumprido das obras tenham diferença de até 20%; em amarelo, aquelas com diferença entre 20% e 30%; e, em vermelho, estágios com diferença superior a 30%.



Custos e ganhos gráficos tabelas e estatísticas.
Variação dos custos das obras da Copa do Mundo de 2014 nas cidades sedes de janeiro de 2011 a setembro 2012.
 



Jan/11 (R$  MI)
Set/12  (R$  MI)
Diferença (R$ mi)
Variação %
Belo Horizonte
 R$         2.558,60
 R$      5.905,80
 R$            3.347,20
131%
Cuiabá
 R$         1.173,70
 R$      1.872,70
 R$                699,00
60%
Porto Alegre
 R$            980,00
 R$      1.403,00
 R$                423,00
43%
São Paulo
 R$         4.940,90
 R$      6.043,30
 R$            1.102,40
22%
Salvador
 R$         1.243,00
 R$      1.437,70
 R$                194,80
16%
Rio de Janeiro
 R$         3.439,00
 R$      3.942,80
 R$                503,80
15%
Fortaleza
 R$         1.399,90
 R$      1.583,40
 R$                183,50
13%
Curitiba
 R$            721,60
 R$          783,60
 R$                  62,00
9%
Mánaus
 R$         2.638,70
 R$      2.854,10
 R$                215,40
8%
Brasilha
 R$         1.829,90
 R$      1.921,20
 R$                  91,30
5%
Natal
 R$         1.484,70
 R$      1.490,10
 R$                    5,40
4%
Recife
 R$         1.417,80
 R$      1.419,40
 R$                    1,60
0%
Total
23.827,80
 R$    30.657,10
 R$            6.829,40
29%








O Ministério do Esporte, por meio da consultoria contratada, Consorcio Copa 2014, em especial da empresa consorciada Value Partners Brasil Ltda., com experiência no setor esportivo internacional, desenvolveu um modelo econométrico a fim de
calcular ospotenciais impactos econômicos resultantes da realização da Copa do Mundo no Brasil.
• Para tanto, foram analisados em dois tipos de impactos: os diretos, os quais estão diretamente relacionados ao evento, e impactos indiretos, os quais são contabilizados causados pelo estímulo às atividades econômicas de outros induzidos pelos
efeitos diretos, ou seja, “recirculação” do dinheiro na economia.
• Os impactos econômicos potenciais resultantes da realização da Copa do Mundo podem chegar a R$ 183,2 bilhões, dos quais R$ 47,5 bilhões (26%) são diretos e R$ 135,7 bilhões indiretos (74%)
• Os benefícios econômicos diretos da Copa do Mundo são resultado do crescimento/incremento em dimensões pré definidas, as quais foram contabilizadas em cada uma das variáveis de cálculo do PIB, já considerando os efeitos de importações:
- investimentos em infraestrutura: R$ 33 bilhões;
- turismo incremental: R$ 9,4 bilhões;
- geração de empregos: 330 mil permanentes e 380 mil temporários;
- aumento no consumo das famílias: R$ 5 bilhões;
- arrecadação de tributos: R$ 16,8 bilhões;
• Investimentos em infraestrutura é a variável com maior valor (~R$ 33 bilhões) e influência nos impactos diretos, já que além de diretamente contabilizada no PIB são investimentos com alto potencial de geração de empregos, tributos e grande importância na posterior recirculação do dinheiro.
• Por fim, tendo em vista garantir a concretização do resultado macroeconômico potencial com a realização do evento do porte de uma Copa do Mundo, conclui-se que é importante para o setor público:
- Planejar em detalhe as obras de infra estrutura, as ações promocionais e as iniciativas relacionadas ao turismo, a fim de assegurar o impacto previsto;
- Incentivar o aumento da permanência dos turistas internacionais e o aumento do número de turistas que participarão do evento de forma a aumentar o impacto do evento no setor de turismo.







NÚMEROS DA COPA 2014 (ESTIMATIVA)
Receitas
6,4 Bilhões
Patrocínios
2,7 Bilhões
Lucro Líquido
340 Milhões
Ingressos
3,4 Milhões de tíquetes
Empregos
85 Mil vagas diretas de trabalho
Tv
20 Mil jornalistas
Turistas
2 Milhões de pessoas
Volutários
15 Mil pessoas
Consumo 1
 5 Milhões de litros de cerveja
Consumo 2
2 Milhões de litros de refrigerantes



Dados estatísticos para a copa de 2014
           
Partidas disputadas

350
Partidas a disputar

470
Vitórias em casa 

168 (48%)

Empates 

79 (23%)

Vitórias fora de casa 

 

110(31%)
Cartões amarelos


1146
Total de gols marcados

3
Partidas disputadas


350


Cartões vermelhos


42